sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Transição Capilar: Parte I - Por que abandonei os alisamentos?


Bom, já vou adiantar que foram cinco principais motivos que me levaram a abandonar de vez as famosas progressivas:

1º - Sentia saudades do meu cabelo cacheado, ÓBVIO;
2º - Meu cacho é aberto e meu fio é fino, ou seja, não é difícil de cuidar;
3º - No comprimento que meu cabelo estava ficou financeiramente inviável continuar fazendo progressivas;
4º - A última progressiva que fiz, além mal feita e não ter alisado direito, fez meu cabelo cair demais;
5º - EU NÃO SUPORTAVA MAIS VER TODA VEZ AQUELA RAIZ CRESCENDO DIFERENTE DO COMPRIMENTO!!!

Vou começar pelas características do meu cabelo e assim vou costurando os outros itens no decorrer da história. Bom, meu cabelo tem o fio fino/médio e meu cacho é aberto, beeeeem aberto. Arrisco dizer que meu cabelo é um 2C em comprimento médio. Se eu cortar bem curtinho e amassar muito na finalização ele chega no 3A, se eu deixar ele bem comprido, passando do meio das costas, ele vira um 2B. E no comprimento que ele está atualmente (a frente no queixo e atrás na altura do sutiã) consigo deixar os cachos bem abertos e com um volume legal ou mais ondulado, tipo beach waves, dependendo da forma que finalizo.


E é exatamente isso que eu amo no meu cabelo, ele ser tão versátil e as possibilidades que ele me oferece. Como havia dito no primeiro post sobre transição capilar, fazia muito tempo que eu alisava, e consequentemente, faziam anos e anos que não lembrava mais como meu cabelo era. Para vocês terem noção, hoje posso dizer que apesar de ter o cacheado, felizmente não sofro com o ressecamento, coisa que a maioria gritante das mulheres alega sofrer, e só fui descobri isso depois de cortar a parte lisa. Antes achava que era uma palha, mas não, apenas a parte alisada estava ressecada, a parte "boa" não!

Lembro-me que a primeira vez que alisei tinha 14 anos. Com meses de muito choro convenci minha mãe de deixar eu fazer uma escova definitiva porque todas as minhas amiguinhas tinham cabelos lisos e fáceis de cuidar, enquanto eu parecia uma bruxa com aquela piaçava sem forma, cheia de volume, que só dava trabalho. E de fato meu cabelo era realmente feio quando quis começar com os alisamentos.

Quando eu era criança e era minha mãe quem cuidava dos meus cabelos ainda, sempre recebia elogios sobre meus cachos, não só de adultos mas também das coleguinhas de cabelo liso que babavam para terem o cabelo cacheado como o meu.

Mas eu cresci e comecei a cuidar sozinha dos meus cabelos. Na época sem nenhuma informação sobre como eu deveria fazer isso e nenhum produto de qualidade à minha disposição (ah, os "shampuzes" maravilhosos que minha mãe comprava rsrsrs), o resultado não poderia ser pior: cabelo seco, quebradiço, sem forma e com um volume indomável. Resultado: eu odiava o que um dia foram cachinhos lindos e dessa vez era eu quem cobiçava os cabelos lisos das outras meninas.

Como podemos perceber, uma coisa levou à outra, e assim comecei a alisar. Agora como eu quando isso parou de fazer sentido pra mim? Já te explico!

Época boa das progressivas

No começo foram mil e uma maravilhas, acordava com o cabelo sempre arrumadinho, usava e abusava das franjas, o máximo! Era óbvio que o cabelo alisado era bem mais bonito que aquele cabelo anteriormente mal cuidado. Raiz crescia e lá voltava eu para alisar outra vez. Cada volta do salão era a autoestima lá no alto, exibindo o cabelão escovado e pranchado como uma diva. Mas não demorou muito tempo para a parte ruim das químicas de transformação aparecerem...

O que era de se esperar (e eu ainda não sabia) começou a vir à tona. Ressecamento saariano, fios super frágeis e quebradiços, sem contar as pontas duplas, triplas... Um show de horror! Mas mesmo assim eu persisti com os alisamentos achando que ainda sim era solução.

Em meados de 2012 pelo menos uma coisa boa aconteceu: conseguir abandonar a escova definitiva, que é a pior delas! Achei que seria naquele ano que eu voltaria a usar o cabelo natural, mas infelizmente as coisas conspiraram contra. A soma de um corte chanel reto somado do fato de eu ainda não ter aprendido a cuidar do cabelo cacheado direito, resultou no temido efeito abajur. Meu cabelo não cacheava, estava totalmente ser forma e tinha dias que o volume e o frizz eram incontroláveis. Em 2013 depois de mais de 6 meses sem saber o que fazer e sem enxergar nenhuma esperança, cai em tentação e fiz uma plástica de fios...

Cabelo indefinido

E foi assim, de 6 em 6 meses alternando entre vários tipos de alisamentos (menos escova definitiva) até em fevereiro de 2015 acontecer o golpe de misericórdia. Fui no salão que costumava alisar há mais de 2 anos e tudo ocorreu como de costume. Voltei pra casa toda contente como sempre, mas n=o que estava por vir nas próximas semanas não era nada bom...

Meu cabelo começou a cair sem parar! Era normal nas primeiras lavagens cair mais fios que o de costume, mas já fazia mais de um mês e todo banho era aquele terror, ver um tufo no ralo e não poder fazer nada. A partir daí decidi que nunca mais alisaria o cabelo.

Cansada de à cada 6 meses ficar com bunda quadrada de tanto esperar sentada numa cadeira desconfortável de salão, cansada de passar essas mesmas horas de frente para o ventilador com uma toalha no rosto de tanto que os olhos ardiam por causa do formol, e cansada de principalmente não conseguir fazer uma viagem sem ter que se preocupar se a raiz estava ok o suficiente para entrar numa piscina e não ter que sair com aquela cabeleira "lindja", toda sem forma.

Eu realmente O-D-I-A-V-A aquela raiz crescendo diferente do resto, cheia de volume. Quantas vezes que eu não passei dias sem lavar o cabelo (e isso porque meu cabelo é oleoso a ponto de precisar lavar quase todo dia em tempos mais quentes) só para não ter que me preocupar com a raiz enrolada.

Me sentia presa, sem liberdade. Quer dizer, a minha "liberdade" pra se sentir bonita estava custando R$ 200,00. Isso, 200 dilmas porque não é barato alisar um cabelo de 75 cm que bate no cofrinho!

Cabelo antes de cortar

Enfim, foi depois de tudo isso que eu cheguei a conclusão de que seria bem mais fácil cuidar do meu cabelo natural do que cuidar de um cabelo alisado, onde a manutenção tinha que ser muito mais constante para tentar manter ele bonito e principalmente saudável.

Por último, só quero deixar bem claro que nenhum dos meus motivos, absolutamente NENHUM deles teve a ver com a tal "ditadura da beleza" que muitas meninas acham que existe. Quer dizer, acredito que a mídia realmente tenta embutir certos "moldes" para vender seus produtos, mas hoje em dia com tanta diversidade e tanto conhecimento, acho fantasioso demais alegar que exista uma "ditadura da chapinha".

Pra mim nada é mais tedioso do que ouvir algumas cacheadas chatas (risos) vindo com esse papinho de assumir suas raízes, se aceitar e blá, blá blá... Até porque grande parte usa coloração, e ao meu ver, isso também fugiria da parte de se assumir como é, segundo a linha de raciocínio delas. Já vi negra loira natural, mas platinada... ou ruiva acobreada (!!!), isso não existe!


Ideologia barata pra mim não cola! E na minha concepção, cabelo cresce e está aí para mudar. Assim como pessoas fazem tatuagens e não deixam de ser quem elas são por terem sua pele modificada, cabelos também são assim, e ainda tem a chance de voltar a ser como eram, diferentemente da pele! Ou seja, cabelo seja natural, alisado ou pintado, nada tem a ver sobre se nos aceitamos ou não.

Quero deixar este recado: faça o que te fizer feliz, não por modismo ou por influência de alguém. Só tenha em mente que é muito rápido para alisar, mas o caminho de volta é longo e trabalhoso. Além de que a manutenção de cabelos quimicamente tratados seja por alisamento ou coloração, é muito mais complicada do que a manutenção de cabelos naturais. Então repense bem se sua ideia for para ganhar tempo ou economizar em produtos, pois progressiva não é um tratamento e você certamente irá gastar muito mais do que gastaria para manter seu cabelo natural hidratado e bem cuidado :)